Hoje vou contar uma anedocta que adoro, como sempre com uma lição que considero importante.
A muito, muito tempo atrás meu pai teve uma empresa e meu avô, acostumado a tratar com gente de palavra, foi o avalista. Meu pai nunca teve todo o conhecimento necessário pra gerir uma empresa daquele porte (lembrem da parte do O Homem Mais Rico da Babilônia em que o prestamista desaconselha a dar dinheiro pra gente assim).
A muito, muito tempo atrás meu pai teve uma empresa e meu avô, acostumado a tratar com gente de palavra, foi o avalista. Meu pai nunca teve todo o conhecimento necessário pra gerir uma empresa daquele porte (lembrem da parte do O Homem Mais Rico da Babilônia em que o prestamista desaconselha a dar dinheiro pra gente assim).
Isso logicamente culminou anos depois em um grande prejuízo que fez meus avós venderem parte de um campo e gado que receberam de herança e meus pais ficarem com o nome sujo por anos. Tudo porque, a partir do momento em que você assina algo pelos outros se torna solidário, e pode ter certeza que o preço que vai pagar é sempre caro demais.
Meu pai é um advogado porta de cadeia bastante picareta, e apesar de eu cultuar a importância da família tradicional como instituição contra o marxismo detesto alguns familiares, ele incluso. Aos 17 anos saí de casa e fui morar com meus avós (muito queridos) pois meu ambiente familiar era longe do ideal, aos 20, fui morar sozinho, e aos 23 voltei a morar com minha mãe por um tempo quando ela finalmente se divorciou, pra poupar o aluguel.
Bem, uma das tretas foi, por qualquer motivo obscuro, a insistência dele em colocar um "fuca" que provavelmente havia recebido como pagamento de um cliente presidiário em meu nome, mesmo eu não falando com o velho já a alguns anos.
A fubica era parecida com essa
Jamais esquecerei do dia. Eu já morava com meus avós e meus pais foram juntos lá. Quando cheguei da empresa em que fazia estágio eles estavam sentadinhos, de modo bem educado e formal, parecia que estavam pedindo empréstimo pra gerente de banco. Senti o cheiro de picaretagem no ar.
Isso foi totalmente estranho pois meu pai nunca se deu bem com os sogros. Eu sabia que era algo comigo e fiquei por lá comendo um sanduíche e aguardando pacientemente o inimigo encontrar a morte em minha falange de escudos e lanças.
Isso foi totalmente estranho pois meu pai nunca se deu bem com os sogros. Eu sabia que era algo comigo e fiquei por lá comendo um sanduíche e aguardando pacientemente o inimigo encontrar a morte em minha falange de escudos e lanças.
Mastigava lentamente e com os olhos fixos no lixo da televisão que transmitia alguma novela imunda, até que minha mãe, que já havia ensaiado seus argumentos, chama minha atenção. Virei para eles como o olhar Grimch da imagem abaixo.
Pois não?
- Vamos passar o fusca pro teu nome blablablablablabla. Disse.
- Não. - Respondi.
- Como não? blablablablablablabla. Por que não? Insistiu.
- Como não? blablablablablablabla. Por que não? Insistiu.
- Porque não quero. Falei.
Ai começou a me acusar de ser mal agradecido e tentar me acusar de ser insensível, gente ruim e coisas assim, perdendo o controle e a razão (coisa triste não?). Meu pai viu que não conseguiriam nada ali e foram embora. Meus avós não intervieram e me deram toda razão.
As primeiras coisas que me ocorreram com essa proposta indecente foram:
1. Eles não teria obrigação alguma de pagar o IPVA (e certamente meu pai não iria fazê-lo).
2. Atropelarem alguém com o carro ou cometerem qualquer crime e eu responder por isso.
3. Eu ter a CNH caçada por levarem multas de excesso de velocidade.
3. Eu não ganhar nada com isso e servir de laranja pra alguém lucrar com meu nome.
O que não me ocorreu foi eu aceitar, pegar o carro pra mim e vendê-lo, pois sempre primei por ser totalmente honesto.
Jamais assine nada por ninguém ou deixe fazerem contas em seu nome. Nunca seja avalista ou fiador, nem de sua própria sombra. Amigos amigos, negócios à parte. Ajude os outros mas não coloque o fardo deles em suas costas!
No ano seguinte o carro estava cheio de multas e arrebentado pois meu irmão quem o dirigia de modo descuidado, e o IPVA estava atrasado. Inclusive ele perdeu a carteira por causa deste mesmo carro... Minha carteira de motorista foi paga por mim, com dinheiro poupado com sacrifício (nunca usei depois de tirar pois nunca tive carro).
Quando soube do destino do carro.
Sempre fui muito cuidadoso em assinar qualquer coisa, fazer dívidas e comprar passivos. Meus familiares tiveram mais tempo e melhores oportunidades que eu e infelizmente são fodidos por suas próprias escolhas.
Grande abraço e bons lucros!!!
Grande abraço e bons lucros!!!
Dou maior valor qd o post são essas histórias de vida... :)
ResponderExcluirQue bom que gostou.
ExcluirCaramba...
ResponderExcluirTudo verdade.
ExcluirHaha não sei se choro ou dou risada dessa sua história maluca
ResponderExcluirHahauaha é bem patética mesmo.
Excluiro grande probelma é dizer não, tenho grandes problemas nisso... E nessa situação ainda fica mais complicada qd você é mais novo. Aqui na família sugeriram meu nome pra uns parentes financiarem a casa própria, só q porra.. Corro risco de deixarem de pagar e fora q se eu quiser algo pra mim, não vou poder pq ja estou em um financiamentos de sei la 20 anos. TENSO!
ResponderExcluirPode ter problemas... Se ainda não fez, sugiro que se negue.
ExcluirSacanagem isso aí. Porque precisaram do seu nome em primeiro lugar?
Concordo. Negue...
ExcluirFez mais que certo. Qualquer um com cérebro faria o mesmo que você.
ResponderExcluirEu sempre penso primeiro na questão financeira. O que isso vai me trazer de benefícios? Se não trouxer nada nem dou o próximo passo para a "oportunidade".
Se traz benefícios, quais serão os pontos negativos? Ele é maior ou menor que os ganhos (financeiro, temporal e psicológico)?
Então só faço o negócio se ele der positivo/positivo.
Abraços!!
Colocar coisas no nome de parentes só se for pra beneficiar ELES. Quando é pra beneficiar a si mesmo, os caras estão com os nomes fodidos ou visam alguma pilantragem.
ExcluirAbraço meu chapa
Família as vezes só traz dia de cabeça. Emprestar dinheiro é outra furada também. A última vez que emprestei para família foi para meu sogro, pouca coisa, R$ 300. Nunca mais voltou.
ResponderExcluirBom que foi pouco dinheiro, mas qualquer dinheiro perdido dói. Se der pra cobrar o favor no futuro, veja como um investimento.
ExcluirPura verdade, eu mesmo já se ferrei comprando para amigos que nunca me pagou até hoje.
ResponderExcluirInfelizmente não somos banco. É tirar dinheiro da sua família para dar pra dos outros.
Excluir"Amigos amigos, negócios à parte. Ajude os outros mas não coloque o fardo deles em suas costas!"
ResponderExcluirEsse é o ponto crucial do texto. A lição que ele transmite pode até ser óbvia, mas muitos deixam de aplicá-la quando o envolvido é um parente ou amigo próximo. Conhecer os riscos é primordial SEMPRE.
"eu cultuar a importância da família tradicional como instituição contra o marxismo detesto alguns familiares"
Detesto os dois. É justamente por causa desse culto à família (argh) que muitos veem família como o objetivo máximo da vida.
Como consequência, há várias famílias que em hipótese alguma deveriam ter surgido. E quem mais sofre com famílias desestruturadas? Os filhos, claro! Meus pais são um exemplo. O efeito é ainda mais alarmante nas classes mais pobres.
Você deve mudar sua história e constituir uma família feliz, que sabe de onde veio. O que a esquerda mais quer é que as pessoas não tenham sentimento de pertencimento à família, assim se tornam floco boiando no vácuo e viram alvo fácil para qualquer extremismo.
ExcluirGrande CF,
ResponderExcluirEsta aí mais uma coisa que não faço e que você expressou bem no texto.
Pode ser quem for, no máximo meu pai que é correto e é um exemplo para mim, mas emprestar meu nome não empresto de jeito nenhum.
Já vi vários casos destes, onde a pessoa compra no cartão de crédito e a pessoa diz que vai pagando mensalmente (por não ter limite de crédito), e a dívida fica para quem passou o cartão.
Meu pai que tem imóveis alugados, já teve que recorrer a justiça, e os bens de uma pessoa que era avalista ficaram bloqueados até quitar a dívida, quase 2 anos sem pagar o aluguel, e foi tudo pago com juros e correção monetária.
A questão do carro foi certíssimo não ter aceito: Se atropela alguém ou se o veículo entra em qualquer negócio suspeito, a polícia vai direto à sua casa procurar você, então, até que você consiga explicar, já viu né ...
Abraço
Construir laços com pessoas de confiança é uma das coisas mais difíceis e importantes. Eu tive dificuldades em alugar meu apartamento no Brasil anos atrás pois pediram 2 fiadores com 2 imóveis cada e uma renda quase tão grande quanto a minha e da minha esposa juntas. Quase um absurdo, mas o dono do imóvel faz o que quiser.
ExcluirConheço muita gente que se deu mal ao ser fiador/avalista pros outros. Pessoas que juravam ser corretas e por qualquer motivo pisavam na bola. Tem que ter muito cuidado com isso.
CF,
ResponderExcluirFiquei impressionado também que te acho comentando em todo blog que eu vou kkk, nos momentos atoa estou lendo outros blogs desconhecidos, alguns já desistiram, outros estão prestes a desistir e fechar o blog ...
O que vejo na maioria destes blogs é: Gente perdida, sabe aqueles times que já entram em campo derrotados?
Até pela própria escrita já noto que não são pessoas que lêem, cultas, que conseguem estudar, que tem força de vontade.
Na maioria destes blogs eles são os 'piores do mundo', são os mais 'tristes do mundo'.
Como existe gente melancólica, eu tenho até medo de pensar que poderia ser assim, ao invés de esforçado, de correr atrás, de ficar reclamando de tudo.
Abraço
Meu blog apresentou algum crescimento e tenho acompanhado isso de perto pra ver se vale a pena incluir AdSense. Tenho buscado comentar bastante para estimular os outros guerreiros.
ExcluirÉ assim como você descreveu. A maioria é perdedora em qualquer campo, e infelizmente em grande parte por sua própria causa. Pessoas negativas não chegam longe, porque o primeiro a acreditar em si é você mesmo e leva tempo pra vencer.
CF já pensou se vale a pena ser freelancer?
ExcluirJá fiz freelance mas detesto minha profissão. Estou estudando algum produto para trabalhar desde casa. Tenho pensado muito nisso.
ExcluirJá passei por varias assim , como idiota que sou , já vendi carro parcelado e não me pagaram, tirei um carro financiado pra um parente e deu um trabalho para pagar minha carta foi cassada ,documentos foram para divida ativa e por ai vai , sempre de onde você menos espera vem a punhalada preciso de , como você disse, montar minha falange de escudos e lanças.
ResponderExcluirNão somos treinados para separar o joio do trigo. ISSO é saber fazer business, saber o que tem a ver e o que não tem a ver com dinheiro. Uma coisa é ter sua amada esposa doente, outra é emprestar dinheiro pra um amigo com nome sujo comprar carro.
ExcluirFicar rico é resultado de nada mais que se manter em bons negócios na maior parte do tempo.
Engraçado que nessa história toda meu irmão é o total oposto de mim, um verdadeiro medíocre (não me considero melhor que ninguém, apenas não me considero medíocre). Mesmo tendo a mesma formação, vi pequenas diferenças nas formas de tratamento que foram me deixando cascudo e mais esperto que ele.
ResponderExcluirTodos temos nossos dramas pessoais e precisamos lidar com eles para crescer. Existem pessoas que eu detesto e tive que conviver e ao invés de reclamar decidi usar as experiências como trampolim para melhorar de algum modo.
Não tenho dúvidas que você vai realizar tudo o que deseja, seu blog é um dos que mais gosto de ler em razão da extrema educação e positividade que demonstra ter.
Grande abraço
É foda. Um dia escrevo sobre a cagada que minha mãe fez ao emprestar o nome dela.
ResponderExcluirFaça isso vamos rir juntos porque não adianta chorar hahaha.
ExcluirÓtima discussão nos comentários.
ResponderExcluirDe fato, chega a ser melancólico o fato de que todos nós, sem exceção, temos casos e mais casos para contar sobre situações em que tentam se aproveitar de nossa boa vontade.
Nossa cultura é mesmo lamentável. Deu inveja de você agora, CF, que está em um país onde estes casos são menos frequentes. Aliás, e o post revelando o local e sua rotina? Estamos curiosos.
Abraços.
Sempre digo ser o próximo mas acabo protelando este post hehehe.
ExcluirNa minha opinião pessoal o Brasil tem sim no geral uma cultura de explorar o próximo, dar jeitinho e não se importar muito com a vida. Triste!
O que eu tenho no meu nome é só minha carteira de motorista e minhas contas bancárias, fora isso mais nada, é sempre bom compartilhar essas histórias pra nos mantermos sempre alerta, pois sempre pode chegar um dia em que essa situação pode nos pegar despercebido. Abraço CF.
ResponderExcluirEssas situações caem sempre como uma bomba! Se pudessemos falar mais abertamente de nossas vidas nos blogs teríamos mais exemplos com os quais aprender.
ExcluirAbraço!
CF,
ResponderExcluirMuito bom!
Nesse mundo não podemos confiar em praticamente NINGUÉM, ainda mais na Banânia, essa terra de bandidos, safados e vagabundos.
Abraços!
Realmente, pra maioria (incluindo a família) só com contrato e olhe lá. As pessoas confundem dinheiro com o que não tem a ver com dinheiro como o Bastter fala.
ExcluirCaracas CF, a família de toda blogsfera sofre com isso. Veja meu post recente...tive que emprestar a grana para minha mãe, que financia meu irmão e há outros parentes no CC dela... Tive que tirar da mão dela o cartão... O pior de tudo que agora está vindo atrás de mim para recorrer a empréstimos para pagar o CC... PQP.....
ResponderExcluirFoda...tudo isto, extremamento desanimador..... :-(
Se você ceder neste momento estará cavando sua cova.
ExcluirEscreva: "Ajude os outros mas não ponha o fardo deles em suas costas" e leia 20 vezes ao dia!
eu só li estes dois livros (O homem mais rico da babilonia, e Pai rico pai pobre) qual os proximos voce me recomendaria?
ExcluirGosto do "Eu Quero ser Rico!" do Bastter. É bem baratinho. Lendo estes 3 você já tem quase tudo o que precisa, mas tente ler o máximo que puder na internet ou em livros de Sebo. Eu recomendo "Manual do CEO" também.
ExcluirEstou lendo um excelente de poker o qual farei uma resenha em breve.