quinta-feira, 5 de março de 2015

Como desenvolver a mente de um poupador

A grande dificuldade do brasileiro em deixar de ser escravo do salário reside em seus hábitos e vícios. Segundo as últimas pesquisas, 63% da população está endividada, e boa parte desta com as contas atrasadas.

Se por um lado ter crédito significou a possibilidade de usufruir de bens e serviços os quais se demoraria muito tempo para poupar e pagar a vista, como a casa própria* também significou na maioria dos casos outra coisa: SUICÍDIO FINANCEIRO.

*A única dívida "aceitável" de se ter (mesmo assim, a falta de estudo e a compra por impulso/necessidade por falta de planejamento faz com que a maioria das pessoas entre no espiral das dívidas impagáveis ou pagando 3 imóveis ao invés de um).

Selic a 12,75% ao ano.

Os bens adquiridos são, na vasta maioria, as populares inutilidades, como celulares, roupas desnecessárias, viagens, carro, etc, e em alguns casos, em estudo com foco em ser um empregado. O "palhaço lifestyle" vendido pelo sistema é facilmente comprado pelas pessoas comuns, dado seu conhecimento nota zero em finanças estimulado pelo governo e corporações através da escola e da TV.

As pessoas pobres mantém vícios que não conseguem sustentar, como beber dezenas de reais em um final de semana, ir em baladas caras, apostar na loteria, fumar, além de fazer planos de celulares e TV à cabo que não precisam. Os ricos fazem o mesmo, mas estes e outros vícios não afetam seu patrimônio.

Escapar do 3º mundo é vital.

Imagine por um minuto o quanto as datas festivas, cerimoniais "obrigatórios", além dos feriados cada vez mais fúteis tiram de dinheiro das pessoas.
Festas de casamento, festinhas de aniversário para os filhos, bloco de carnaval, chocolates caros na páscoa, presentes inúteis, dia dos pais, festas de natal e ano novo, e a lista continua.  Se tiver paciência, tente colocar no papel. Os valores podem assustar.

Não que se deva abrir mão de viver em sociedade, festejar com os amigos e ter bons momentos com a família, mas, como sempre, é uma questão de escolhas e renúncias, e como escrevi antes no blog, sem um planejamento mínimo você está muito mais vulnerável aos furos no seu balde de dinheiro. Comento isto visto a quantidade de "coitadinhos sem oportunidades" que conheço que adota o palhaço ostentador lifestyle ao invés de investir em estudo ou algo mais útil que tatuagens no pescoço e gasolina.

Todo mundo conhece alguém (isto se não for o próprio "alguém"), que vive dizendo que não sobra dinheiro algum para comprar bens à vista, e muito menos para investir, mas mesmo assim consegue ter dinheiro comprometido para pagar prestações e juros!

Existem casos extremos em que o bem já nem funciona mais, ou nem mesmo existe mais, e a pessoa  ainda está pagando. Há pessoas que pagam até restaurante e viagens em prestações.
Agora vamos a um exemplo bastante ilustrativo: o da geladeira.

A maioria das pessoas, como as pesquisas comprovam, não guarda 100 reais ao mês para formar uma reserva de emergência caso a geladeira estrague, mas tem os mesmos 100 reais para pagar a geladeira em prestações, por mais tempo. Esta pessoa opta em pagar R$ 1400,00 em prestações ao invés de pagar à vista menos de R$ 1000,00. Estenda este exemplo para tudo o que tiver em casa, seja televisão, fogão, mesa, eletrodomésticos, computador, celular... Além das bobagens, e multiplique pelo tempo de uma vida. Verdadeiras fortunas são jogadas no lixo.

A inimiga da poupança é a mente fraca e destreinada, pois, no começo, o retorno é baixo e quase não se vê. Mas com estudo, reinvestimento e juros compostos, O montante cresce cada vez mais.

Jamais faça dívidas se quiser ficar rico. Este é o primeiro mandamento. Enquanto você paga juros pelo que comprou, está deixando de ganhar juros pelo que não poupou, além de que à vista pode-se negociar um desconto. Se você ganha um salário baixo, busque qualificação a fim de oferecer ao mercado algum diferencial.
Esta é a diferença de ter uma mente de poupador e uma de gastador. A fórmula é simples: A pessoa ganha mal, compra coisas inúteis, e à prestação.

6 comentários:

  1. Belo post C.F

    Realmente o consumo desenfreado das pessoas as levam a ruína financeira. Eu graças a Deus estou vacinado quanto a isso rss. Um pergunta que costumo fazer as pessoas e que as deixam desconcertadas é a seguinte: " Se ao invés de usar dinheiro você usasse tempo de vida para comprar um determinado bem de consumo, você compraria? Por exemplo, se um carro que ao invés de custar 30 mil custasse 5 anos da sua vida, você compraria? ou seja, você viveria 5 anos a menos para poder usufruir do carro? Afinal você precisa dedicar 5 anos da sua vida no trabalho para poder ter um bem desses baseado no seu salário"
    Todas as veses que coloco essa questão as pessoas param, pensam e 90% dizem assertivamente que não, que não comprariam. Isso mostra a supervalorização que damos a esses bens de forma equivocada e que não percebemos a armadilha que nos espera. Inclusive tem um filme que trata justamente deste tema onde o personagem paga tudo como tempo de vida. É um filme muito interessante que se chama "O preço do amanhã".
    Enfim, acho que as pessoas devem melhor avaliar as suas decisões de consumo ou estarão perdidas e verão a vida passar diante dos seus olhos sem viverem ela da forma como se deveria viver!

    Parabéns pelo post

    Abraço

    $$$

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    1. Valeu Julius. Eu adoro ajudar as pessoas com o pouco que sei sobre finanças pois acredito ser uma espécie de libertação.
      Seguidamente explico conceitos básicos sobre poupança e investimentos pra subalternos no trabalho (futuramente vou comentar o que faço) e vejo no rosto dos caras o espanto em relação ao poder de mudar uma vida que este tipo de coisa trás. O pior é que em nosso país, apesar de todos os problemas, o que mais faz uma pessoa não sair da pobreza é sua falta de conhecimento financeiro, a falta de um pai ou amigo pra ensinar.
      Eu não tive estes ensinamentos, tive que buscar por mim mesmo, e vejo nas pessoas o mesmo espanto que vi no meu próprio rosto quando comecei a descobrir este tipo de coisa.
      Um abraço!

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  2. Fala CF


    Acabo de ler o artigo, realmente muito bom, obrigado por compartilhar la nos comentários.


    Abs

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  3. "A grande dificuldade do brasileiro em deixar de ser escravo do salário reside em seus hábitos e vícios. Segundo as últimas pesquisas, 63% da população está endividada, e boa parte desta com as contas atrasadas."
    Este artigo é de 2015 e ele está atualizadíssimo com os dias atuais....

    Excelente artigo CF......

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    1. Obrigado camarada, uma pena que os grandes gurus e sites sobre finanças prestem mais desserviço que ajudem. Todos os dias recomendações terríveis de investimentos, como se fossem deixar rico, enquanto ignoram o conhecimento de base.

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