quinta-feira, 29 de junho de 2017

Seja espaçoso e domine o ambiente

Olá amigos, 

Mais uma semana de trabalho se encerra amanhã, e recebo a notícia que na próxima semana trabalharemos para o empreiteiro chato que pegou no meu pé esses dias, novamente hospedados em outra cidade por provavelmente duas semanas (retonamos nos finais de semana). O tempo é propício à trabalhos em áreas turísticas e o melhor é que trabalhamos 11 horas por dia com esse cara, além do almoço e jantar em restaurante e quarto em pousada fuleira de praia na conta dele. O lado ruim é ficar longe de casa e trabalhar no sol.

Para os que não lembram, o cara me escolheu por ser o mais moderno, para criticar absolutamente tudo no meu modo de trabalhar e mandar fazer 5 coisas ao mesmo tempo, não me permitindo terminar nada.

Minha resposta natural foi ficar com cara de c* e retrucar com veemência suas críticas, afim de tornar minha presença próxima desagradável a ele. Esta tática surtiu efeito, principalmente da metade para o fim da semana quando comecei a falar em voz alta que ele era um "baita fdp", não me deixava terminar nada, que "aquele corno quem fez essa merda" (algum erro que ele tivesse cometido) e coisas do tipo.

Um ponto alto foi o dia em que ele disse que eu não estava prestando atenção no trabalho e que ia dar uma martelada em meu dedo para eu ficar ligado (é verdade, eu estava pensando em outra tarefa que não tive tempo de acabar), e eu lhe disse com firmeza que se me acertasse para ver o que eu faria com a cara dele. A partir de então ele continuou a criticar, mas de modo ameno, com sorrisinhos e me ensinando a fazer o que ele considerava errado, como tem que ser. Na natureza e no homem, o primeiro que desviar o olhar perde.

O carpinteiro que trabalha comigo não fala nada, na verdade me dá razão e diz que o cara é assim mesmo e que apenas gosta de trabalhar com ele por ele pagar certinho e que é bom manter a relação pois em qualquer momento ele arruma trabalho.

Eu entendo o lado dele e como cavalheiro nunca partiria de mim uma ofensa ou algo que lhe prejudicasse, apenas sei onde piso e não aceito ser tratado como um funcionário deste empreiteiro, o qual suspeito que por ser já um coroa, morar na mesma cidadezinha da empreiteira (poucas opções de trabalho para alguém assim) e ter filhos pequenos, precisa se humilhar e aceitar mijadas gratuitas.

Nesta semana terminamos um trabalho atrasado (por isso vou ganhar menos, me ralei) porém foi em ambiente tranquilo e como sempre aprendi coisas novas. Neste post quis comentar um pouco sobre como neste ramo existe uma oscilação entre trabalhos fáceis e difíceis, que pagam bem ou mal quando surgem imprevistos. Falarei mais deles ao longo do tempo.

Instalamos esse chão e uma bela porta
neste apartamento em reformas

Receber por produção é algo que eu realmente recomendo, caso possível. É a autêntica ética capitalista e como tal lhe possibilita ser um pouco mais dono do seu tempo e trabalho.

Voltando ao tema do post, o qual acredito ser de interesse de muita gente por ai, em nossa cultura os "chefes tetudos" parecem acreditar que por estarem te pagando, tem o direito de aporrinhar e maltratar os subalternos como parte do pacote. Isso é um fato facilmente observável e acontece bem mais com quem não tem muito orgulho próprio e permite esse tipo de situação. Parece existir pra muita gente um grande medo de ser demitido caso não aceitem uma crítica imbecil ou mesmo humilhação. Não só de ser demitido, mas de que o mundo acabe. Ledo engano.

Ao contrário do que possa parecer neste post, não sou uma pessoa agressiva e sou extremamente educado, até mesmo em situações ofensivas. Dito isso existem atitudes providenciais para vencer. Vocês leem bastante eu falar de "vitória" aqui no blog e não quero assim parecer o guru de auto-ajuda ou um pastor evangélico. A vida é pura e simplesmente uma disputa e no fim do dia ou você venceu ou perdeu.

O que vou falar a seguir não é certeza de vitória, mas ajuda.

Em todo lugar que se chega é importante ser notado e evidenciar confiança extrema. Não sabe fazer algo? Não tem problema, diga que não sabe, mantendo total confiança de que é capaz de aprender e executar como qualquer um. A impressão dos outros tem bem mais a ver com sua auto-confiança que com suas qualificações técnicas. Não estou falando de carpintaria. Venho de uma área totalmente intelectual e é igual lá.

Outra coisa é que o mundo é dos espaçosos. Pessoas que ocupam espaço e fazem barulho (nas horas certas) tem uma chance bem maior de chegar mais longe e levar uma vida melhor, com menos desaforos. Já falei aqui no blog, o homem ainda tem uma instância selvagem neste teatro chamado vida moderna. Aqui na blogsfera muitos falam do estereótipo do "macho alfa" mas na vida real o macho alfa se mostra no modo de agir e através do olhar, não do carro que os pais deram ou do físico "3 séries de 12". Aliás um porte físico poderoso dá a impressão que você é eficiente e comprometido (em outras palavras um atleta é mais eficiente que alguém fora de forma, e naturalmente as pessoas tem medo de intimidar alguém fisicamente mais potente).

Aqui em casa sempre converso com minha mulher sobre mantermos uma postura digna, independente de estarmos em outro país onde SIM, existe diferença de tratamento com extrangeiros assim como em TODO país do planeta. Nunca me importei com isso, é totalmente natural.

Agora ser tratado mal... As pessoas permitem, não fazem nada para dominar o castelo e depois reclamam.

4 comentários:

  1. Concordo contigo. Bom post. Tem de se impor. Criticar pra ajudar no trabalho é normal, agora vir com gracinha leva de volta.

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  2. Me explique uma coisa CF. Você vem de uma área intelectual mas agora é carpinteiro? Por que fez isso? Necessidade ou vontade de aprender? Ou os dois? Porque saiu dessa outra área intelectual?

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    1. Boa tarde amigo, estava escrevendo sua resposta e decidi fazer um post inteiro sobre o tema para deixar meus motivos claros a todos os leitores.

      Fique ligado.

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