segunda-feira, 13 de março de 2017

Formação profissional dos filhos parte 2

Para finalizar meu post anterior, trago alguns conceitos importantes que quanto mais cedo forem compreendidos melhor.
 
Sabemos que o que gera valor não é necessariamente trabalho por si só, mas trabalho qualificado, que supra necessidades dos outros. Mas também não adianta ficar nessa e se super qualificar. Como vocês sabem eu acho ensino formal uma grande bobagem salvo exceções, e por isso além de buscar qualificar seu trabalho e especializa-lo, aprender a trabalhar duro é uma coisa que nossa sociedade tem esquecido. Não me importa se você trabalha duro e é pobre. Trabalhar duro não deixa rico, mas se não tiver compreendido que vai ter que trabalhar que nem um condenado pelos próximos 50 anos ao invés de se vitimizar, vai ser pior ainda. Apesar das críticas o melhor modo de se aprender isso é trabalhando e recebendo remunerações desde cedo, como disse no outro artigo.
 
Amar trabalhar, pelas recompensas que trabalhar MAIS dão, é geralmente uma característica de gente que cresceu sem nada e através do suor cresceu na vida, e falta em quem foi mimado e protegido.
 
Junto à essa ética é importante desenvolver uma visão de quem quer ser na vida. Fazendo isso você direciona esse trabalho duro e se especializa no que interessa. Essas duas duas coisas parecem banais, mas quem que você conhece que tem uma visão de quem quer se tornar?
 
Desde jovem, ao invés de aprender, aprender, estudar, etc, a pessoa tem que desenvolver a compreensão de que é necessário estudar coisas úteis, e dividir seus objetivos em metas de curto prazo. Assim que se completa as coisas. Pessoas importantes e ricas são "goal orieted". Elas não "jogam" a vida por jogar, mas pra marcar gols. Portanto, de preferência deve-se desenvolver o hábito de anotar o que se quer e como realizar o que se quer.
 
 
anotações
 
 
Se espera que com isso os filhos aprendam a poupar e a investir, afinal investir é alocar recursos afim de se atingir determinado objetivo. Sejam estes recursos tempo, trabalho, dinheiro, etc.
 
Durante a vida deve ser ensinado um senso de que o mundo é nossa casa e não só a casa dos pais e o carpete da vovó. Esse aprendizado geralmente é difícil para alguns pais também, que tentam compensar a decadência de suas vidas ampliando ao máximo o controle, buscando impingir na mente dos filhos que sem ele, a vida vai ser um inferno ou até impossível.
 
 
Ir pra onde tiver trabalho
 
Isso é extremamente prejudicial no mundo atual, onde o senso de comunidade está desaparecendo e a maioria não vai ser ajudada por ninguém (além de simplesmente com grana dos pais) ficando no conforto do lar e de sua pequena cidade. Deve-se ir para onde tem trabalho... Seja em outra cidade, estado ou até país. Isso quase sempre significa ir para uma cidade grande, até porque você faz faculdade pra que? Em tese pra suprir a necessidade do mercado e ganhar mais dinheiro.
 
Sobre comunidade, é importante procurar uma que valha a pena ajudar a crescer e a se desenvolver. Dar algo em troca. Encontrar um bairro onde valha a pena catar o lixo do chão, uma igreja ou instituição que valha a pena doar seu tempo ou grana, que tenha gente que valha a pena ajudar e se relacionar. Isso é uma das coisas mais importantes da vida e trás benefícios escondidos e respeito.
 
A quantidade de cursos universitários no meu estado é absurda e a indústria não absorve... Onde mais se tem chance é nas grandes cidades do país ou em algumas onde tenha o mercado específico para sua formação. Levar isso em conta antes de escolher a carreira é tão importante quanto a média salarial e os gostos individuais. Eu perdi muitas oportunidades no interior. Meus pais, tios, todo mundo que conheço.
 
Não estou falando de qualidade de vida mas de dinheiro. Não tem indústria em cidade pequena, nem comércio, nada. Só subsistência. Existem exceções e se elas lhe servirem, aproveite.
 
 
levando a casa nas costas
 
 
Por outro lado...
 
A questão de usar sinergia é bastante importante no começo. Usar os esforços dos pais em conjunto com os seus. Subir na carreira como se fosse uma escada. Acumular patrimônio ao invés de só gastar. Isso quase sempre é mais importante que ricochetear de um emprego à outro, de uma cidade à outra, e ter que recomeçar seus contatos, amigos, pagar multas em contratos e gastar em mudança.
 
Eu fiz bastante isso e a geração atual parece estar fazendo mais ainda. Se não for pra se qualificar e ganhar mais dinheiro, tem que prestar atenção neste ponto. O custo das mudanças e das escolhas não-sinérgicas pesa no orçamento.
 
O Warren Buffet fala sobre isso quando diz que, se ao invés de começar com dívidas e pagando juros em tudo, você começar com algum dinheiro e poupar sempre uma parte do dinheiro que produzir, a diferença vai ser brutal. A gente sabe muito bem que herança não é tudo, mas ajuda.
 
Um exemplo de ação sinérgica é escolher a mesma profissão dos pais quando esta for lucrativa. Quantos filhos de médico que você conhece optam por outro ramo, tendo todo o conhecimento, contatos ou uma clínica em casa?
 

Ou ainda, muitos pais optam por comprar um imóvel onde o filho provavelmente vá cursar faculdade, otimizando custos.
 
No meu outro post falei em essência sobre sinergia sobre começar a trabalhar desde cedo. Recrutadores querem quem já tem experiência mesmo para um simples estágio, por isso ter servido ao exército, ter cursos e já ter feito alguma coisa vão ajudar.
 
 
Ambiente Caótico
 
O que se aprende em ambiente controlado não é o principal objetivo na vida e deve ser visto como complemento apenas. Bodibuilders levantam peso absurdo e exibem corpos fodas, mas apanham na rua de quem é treinado e um ambiente descontrolado. Quantos milhões de administradores quebrariam uma empresa em alguns meses se lhes dessem a chance de administrar um negócio só com o que aprenderam na faculdade? Praticamente todos. Ensinar que o sucesso não está nos métodos encaixotados e que eles são apenas conhecimento extra é importante, e difícil, porque a gente tem medo de dizer "escola não serve pra nada" pra um filho e ter como efeito ele desdenhar dos estudos, por exemplo.
 
O ser humano que aprender a não ter medo de falhar, não ter medo do mundo, vai certamente chegar mais longe. Penso que dar conforto demais pros filhos é um erro. Se a pessoa souber perder, e mesmo assim for extremamente competitiva pode crer que vai mais longe.
 
Como extra, prover muitos e muitos e muitos livros, provocar discussões e não deixar ser um viciado em internet (como antes foi a televisão) vai ser um dos maiores desafios para os próximos pais.

 

9 comentários:

  1. Ótima sequencia. Bem, mudando de assunto, onde devo encontrar uma namorada quando eu for ter uma, pois no meu caso não gosto de baladas?

    Na rua é esquisito, chamar no facebook talvez? Seria legal conhecer um pouco do passado da garota, coisas assim. Fica estranho chegar em uma garota na rua, que nunca se viu na vida.

    Abraço.

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    1. Puts amigo, pergunta difícil.
      Tem que conhecer bem a pessoa, e além disso só vai conhecer bem quando namorar e mais ainda se um dia casar.

      Em princípio é frequentando onde a pessoa que você quer também frequenta, conversando com ela dos assuntos que você identificar que ela gosta e tendo coragem pra ir em frente.
      Coragem é tudo, leve muitos foras, não importam em nada. Quanto mais mulheres conhecer melhores chances.

      Eu também não perderia muito tempo em cada uma. Olhe nos olhos, peça o telefone, convida pra "tomar um suco", e vai ganhando experiência. Não tenha vergonha de nada.

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  2. "Ensinar que o sucesso não está nos métodos encaixotados e que eles são apenas conhecimento extra é importante, e difícil, porque a gente tem medo de dizer "escola não serve pra nada" pra um filho e ter como efeito ele desdenhar dos estudos, por exemplo."

    Essa aí pra mim é a pergunta de um milhão de dólares. Espero saber lidar com isso quando tiver filhos.

    Belo post, CF. Gostei da observação entre a sinergia de recursos entre os pais e filhos, realmente é um caminho otimizado para se crescer profissionalmente... Pena que tem muito filho que caga pra isso, se achando mais especial que todos.

    - Mark

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  3. Grande CF,

    Terei que ler a parte 1 pra comentar direito, mas fico feliz de ver que você voltou a postar de vez rs, fora o layout daqui que ficou sensacional hehe.

    Abraço

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    1. Estou com a vida mais tranquila. Ano passado tive uma quase depressão pela pressão, mas agora tudo se ajeitou.
      Abraço!

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  4. Não penso em ter filhos tão cedo, inclusive não tenho a menor condição financeira de assumir essa responsabilidade no momento, mas por uma questão de exercício mental eu penso em como seria criar um filho nesse mundo bizarro sem que ele se transforme num imbecil ou numa pessoa incapaz de viver por conta própria quando alcança a vida adulta, como é o caso de várias pessoas que conheço na minha faixa-etária.

    Acho que, como você bem disse, isso passa necessariamente por dar conforto demais para o filho.

    Para o futuro e hipotético Madruga Júnior eu penso em dar boa educação, plano de saúde e todo tipo de incentivo à prática de esportes e leitura.

    Não quero estimular a prática de presentear em datas fixas tipo aniversário, dia da criança, natal etc, mas gostaria de presentear em datas aleatórias, preferencialmente com base em merecimento.

    Quero lembrá-lo com frequência, a partir da pré-adolescência, que eu não sou rico e que um dia ele terá que se virar sozinho. Meu pai fez isso comigo e acredito que funcionou bem. É uma verdade inofensiva e que não afeta a criança no curto ou médio prazo, mas que planta uma ideia na cabeça dela de que um dia ela terá que se virar por conta própria.

    Quero que ele comece a pegar ônibus ou ir andando ou de bicicleta para os seus compromissos a partir da pré-adolescência. Acredito que isso molda caráter e cria autonomia.

    Nunca que eu vou dar carro quando o moleque completar 18 anos. Acredito que dar um trambolho de R$ 40 mil para uma criança de 18 anos é dar uma noção completamente dissociada da realidade para alguém que acabou de ingressar na vida adulta.

    Quero estimular o trabalho desde cedo, como menor aprendiz se isso não atrapalhar os estudos, e como estagiário desde os primeiros períodos de faculdade.

    Esses são meus planos, mas falar é fácil, rs, vamos ver como o bonde vai tocar na prática...

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    1. Pois é Madruga, pra ver mesmo só na hora.

      Uma coisa que penso é, a partir de que idade se mostra como é a vida? Claro que os homens das cavernas, ou pessoal da idade média não tinha escolha, mas será que tinham qualquer problema com isso? Hoje se reprime tudo, por isso tanta gente fraca e que não sabe lidar com o fracasso.

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