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domingo, 8 de outubro de 2017

O primeiro emprego de Kevin O'leary

Olá amigos, assistindo alguns episódios de Shark Tank e Dragon's Den, aqueles programas de TV onde empreendedores apresentam suas ideias de negócio para grandes investidores, despertou-me interesse no estilo direto de Kevin O'leary, o careca canadense bilionário.


Pesquisando sobre sua visão cai em um video no YouTube de uma palestra que ele deu em uma universidade, onde ele conta sua primeira (e única) experiência de emprego, aos 15 anos, onde foi contratado em uma sorveteria de bairro.

Kevin conta que foi demitido em seu segundo dia de trabalho, pois entrou em discussão com a dona do estabelecimento, que queria que ele se ajoelhasse e arrancasse os chicletes grudados no chão. Kevin disse que não havia sido contratado para aquilo, e a dona respondeu que quem mandava era ela. Ele insistiu e foi pra sargeta.

Isso lhe ensinou que quando se é empregado, o patrão é praticamente dono de sua vida e você será forçado a desviar sua função para manter o emprego. Isso ocorre em todo lugar, seja empresa privada ou órgão público, até pela sobrevivência do negócio.

Como seres humanos somos mais flexíveis que as máquinas a este tipo de coisa, e o empregado que se dispor a fazer mais por menos cortará custo pra empresa, portanto terá o "edge" (o que não implica necessariamente em valorização). 

Lembrei de um amigo meu garçom, que anos atrás me disse (com desdém da nossa cultura latina servil) que no exterior gostavam de garçons brasileiros, pois estes eram prestativos e deu exatamente o exemplo de O'leary. Segundo seu relato, o garçon brasileiro era mais bem quisto que, digamos, um garçon francês, que em princípio apenas executava as tarefas pelas quais foi contratado, diferente do brasileiro que ficava tempo a mais, lavava louça, carregava peso, passava pano no chão...

Lembrei de muitos exemplos de trabalho extra fiz durante minha vida de empregado e o porque decidi abandonar qualquer ilusão de carreira. Para mim carreira não existe mais no mundo atual, e por isso vivo de biscates (nunca diga que faz bicos em Portugal) e empreendimentos próprios.

Logicamente em Portugal não é tão engessado como o Brasil nessa parte e minha realidade permite isso.

Quem lê com seriedade o que escrevo sabe que não tenho nada contra ser empregado, salvo que considero essa condição uma espécie de maldição e trabalho, no geral, uma benção, ainda que odeie trabalhar. Todo mundo precisa de um emprego. Apenas não tenha cabeça de empregado. Trabalhe pelo dinheiro e/ou aprendizado.

Mais uma vez recomendo este livro que é um dos que tenho na cabeceira.


Um abraço pra blogsfera. 

27 comentários:

  1. Olá CF,

    Já assisti uns episódios desse programa. Muito bom.

    Eu sou empregado, mas não gosto de ser. Um dia vou me livrar de ser empregado.
    Vou ler esse livro. Boa indicação.

    Abraços.

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  2. Olá CF

    Eu estou sempre disposto fazer o que patrão me pede no trabalho mais não gosto da ideia de ele se sentir dono da minha vida, em troca do meu trabalho quero retorno, não estou no trabalho para fazer amigos estou lá pelo dinheiro, ano passado foi dispensado por não fazer o que o patrão queria, para mim era absurdo... já estava entregando mais produtividade que ano anterior, resumindo toda história ele me dispensou em uma sexta feira e me devolveu o emprego na terça-feira da outra semana, eu acertei emprego, como disse estou lá pelo dinheiro e crise do nosso maravilhoso Brasil me ajudou na decisão.

    Legal a dica do livro.

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    1. Olá Sócrates, eu acredito que toda empreitada deve ser vista como uma missão e não como simples parte da vida. Assim, mesmo que seu emprego seja uma droga, você verá sentido em estar lá.

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  3. Lembro do Livro Geração de Valor, escrito pelo Flávio augusto. É um ótimo livro, recomendo. Há gente que vende o tempo (empregado) e quem compra (o patrão).

    "vender tempo é uma atividade personalíssima, afinal, seu tempo é apenas seu e não pode ser emprestado, doado, alienado ou alugado a ninguém. Isso significa que se você fica doente ou impedido de vender seu tempo, terá que sobreviver às custas do famigerado INSS.
    Melhor do que vender tempo é vender o seu próprio produto ou serviço.[...] Pare de vender seu limitado tempo e passe a vender seu próprio produto."

    Depois que li isso, nunca mais trabalhei da mesma forma. Se eu puder escolher, sempre levo o tempo como maior peso da equação trabalhoXsalário. Odeio trabalhar, nasci pobre e ferrado. Para deixar de trabalhar eu tenho que multiplicar o valor da minha mão de obra pelas atuais horas trabalhadas, já que não é possível atrasar ou voltar no tempo. Investir, comprar o tempo dos outros quando dá para tentar chegar pelo menos em uma mini-IF.

    Abraços e sucesso financeiro!!

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    1. Ainda quero ler esse livro. Apesar de algumas coisas negativas que falam desse cara eu sempre paro pra ouvir o que ele diz, afinal obteve muito sucesso.

      Grande abraço!

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    2. Todo mundo que faz muito sucesso é invejado. Sempre terão incompetentes tentando denegrir o trabalho dos outros.

      Claro que o cara é falastrão, afinal de contas o cara fez o seu império através da venda de cursos de inglês, mas isso não tira o mérito dele, já que o cara tem visão para negócios. O cara apesar de bilonário continuou sendo humilde, até responde pessoalmente facebook e etc.

      O primeiro livro geração de valor inspira demais o empreendedorismo. Eu o lia fazendo uma analogia direta com o meu trabalho de merda. Tudo o que estava escrito no livro era exatamente o que acontecia em meu ambiente de trabalho.

      Como o livro é uma compilação de posts dele no instagram, facebook e blog, você acaba rapidinho.

      Não comprei o 2º, pois dizem ser muito mais fraco que o primeiro.

      Abraços!

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  4. Bom artigo, não sabia que ele tinha sido empregado de sorveteria

    Abraço

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    1. Eu também não, mas vi que ele adora contar a história. Até se emocionou.

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  5. Parece ser muito interessante esse livro CF. Boa dica!

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  6. Conheço algumas pessoas que se rendem ao trabalho assim como o escravo se rendia ao chicote do seu dono. Uma pessoa em específico tem inclusive um pensamente muito tóxico em relação ao seu trabalho. Passa a semana praguejando, esperando que o final de semana chegue. Inclusive fica contando os meses pra se aposentar (está perto disso). Quando se aposentar provavelmente vai ter um choque de realidade, visto que ganha muito neste trabalho (tendo em vista suas atribuições) e que vai receber talvez nem metade disso quando se aposentar pelo INSS.

    Você acredita que tem gente que chamou de vagabundo por tabela por pegar um atestado de quase duas semanas por ter feito uma cirurgia?

    Já tive colegas que vinham trabalhar doentes, podres de gripe.

    Se a empresa me mandar embora por pegar atestados quando estou doente, realmente não é uma empresa na qual eu deveria estar trabalhando e no fim das contas me fizeram um grande favor me mandando embora...

    Grande abraço!

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    1. Esses caras que consideram os outros vadios por não ter mente de escravo corporativo são a forma mais baixa de vida que se arrasta pelas ruas. Considero o resultado mais próximo do planejado pela escola e o sistema.

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  7. Grande conhecimentos

    Já vi este programa, mas na versão brasileira. Acho muito legal também

    abraços

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    1. Ainda não vi o brasileiro, mas o programa é realmente bom. Um abraço!

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  8. Acho que o importante disso tudo é sempre se questionar, e aí sim entender se você está em uma posição por que realmente gosta daquilo ou está em sua zona de conforto e morrendo lentamente dia-a-dia. Isso vale para qualquer aspecto da vida: relacionamentos, finanças e principalmente trabalho e carreira.

    Sua situação como um cara que vive de "biscates" rs e de investimento próprio, pra mim, é uma das melhores situações do mundo. Com a sua liberdade financeira você adquiriu um dos bens mais preciosos do mundo: Liberdade de tempo! Quando as pessoas entendem o que isso significa, a vida muda completamente.


    Ótimo livro do Gene Simons!

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    1. É isso ai. Você tem que se perguntar qual é seu "why".

      Minha vida está muito legal, finalmente. Até evito falar disso pois quem sai da linha na blogsfera é xingado rs.

      Abraço

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  9. ei que simbolo é esse que o Kevin O'leary tá fazendo??

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    1. Está apontando para pontuar algo que falou, porém com o dedo minimo relaxado. Ficou parecendo chifres.

      Eu tento gesticular o mínimo possível. Pra mim isso tudo é "gang sign".

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  10. Fala CF, blz?
    Eu penso q isso tbm é sobre saber o "seu preço".
    Me submeter a "isso" porque? Sai fora!
    Salario baixo entao nem se fala. A necessidade é tanta q a pessoa aceita, mas nao deveria.
    Minha hora/trabalho tem um valor minimo e se for pra fazer algo a mais eu até faço... mas eu quero algo em troca - capitalismo de um lado... capitalismo doutro lado tb!
    Abraco

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    1. Saber seu preço é muito importante. Se precisa FAZ e pronto. O orgulho mata muitos sonhos também.
      Mas quem não precisa e se sujeita... Está perdendo tempo de vida.

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  11. Olhe, nunca penso em mim como um empregado, mas sendo um homem de negócios que no momento, o único produto que tenho a oferecer são meus serviços ... Bom post! Abraço

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    1. Acho que é por aí mesmo. Tem a frase de um marxista americano que é mais ou menos assim: "os americanos se veem como milionários temporariamente embaraçados". Essas palavras carregam bastante verdade e acredito que eles chegaram mais longe que qualquer outro povo assim. É como eu penso sobre mim mesmo.

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  12. Já paguei uns micos com esse lance de bico e biscate...

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