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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Os primeiros 100k são os mais difíceis de bater?

Este artigo é baseado em um de mesmo nome deste excelente blog, onde o autor dá suas impressões sobre o assunto.

Como já comentei, fui poupador desde bem jovem, e adquiri a maioria das minhas coisas através de minhas poupanças. Praticamente todo o patrimônio que juntei ao longo da vida foi através de de esforço e privação, até porque minha família sempre teve o costume de dar uns trocados de presente ao invés de coisas, quando podia.

Acho interessante que tenho amigos pobretões que me consideram meio esnobe (não é esta a palavra, mas acham que eu não aparento ter conhecido miséria) por detestar pobreza, e não compreendem que passei períodos em que não tinha nada pra comer em casa.

Tirando em momentos onde fomos extremamente pobretões, sempre consegui juntar dinheiro. Isto me ajudou de certo modo, pois desenvolvi senso de responsabilidade e aprendi a dar valor ao esforço. Além do que, ter sido pobretão me ensinou a ser extremamente frugal. Me prejudicou porque quando eu conseguia juntar uma quantia considerável, meus pais a roubavam, me fazendo esperar muitos meses (sem aportar por medo de perder mais) até receber de volta o dinheiro, sem correção, ou seja, eles puniam meu esforço.

De qualquer modo isto me deu a chance de usufruir de coisas legais durante a infância e adolescência, como vídeo-games, gibis de sebo, e coisas do tipo, mesmo que as vezes "da geração passada", enquanto via pobretões de minha idade que sonhavam em jogar futebol não acumular nada (cada um cada um).

Lembro que pra ter um Super Nintendo demorei quase dois anos pra juntar o valor necessário para comprá-lo (R$ 120,00), poupando cada centavo que recebia. Também me tornei melhor negociante e sempre estive atrás de fórmulas para criar dinheiro. Anos depois li no Pai Rico Pai Pobre que esta é a chave para ficar rico.


Não dou esmola.


Pode parecer coitadismo, pois creio que em parte minha fortuna (a falta dela) sempre foi culpa dos outros (coitado ninguém é). Vivi cercado de pobres (de dinheiro e de espírito) a maior parte de minha vida. Do tipo que tem todas as características do "pai pobre", quando muito. Acho que vi meus pais colocarem a possibilidade de ficarem ricos fora todos os dias em que convivi com eles. Somente ali pelos 20 anos comecei a observar que meu destino estava traçado rumo à uma vida de pobreza e trabalho eterna, não importava o quanto eu estudasse, seria apenas um pobre sabichão. Não importa o quanto eu poupasse, o dinheiro virava qualquer passivo e evaporava.

Quando me formei na faculdade, recebi a grana de um Ford Ka (o carro popular mais lixo da época) de meu avô, pois ele prometeu um automóvel pra cada neto que se formasse em algum curso superior (acreditem, mesmo hoje com a possibilidade de cursar faculdade à distância e as facilidades de pagamento e bolsas, tem neto que não se formou). Diferentemente dos outros antes de mim, pedi o valor em dinheiro para fazer uma pós graduação, a qual felizmente nunca terminei para usar o dinheiro de maneira mais sábia. Até aqui, eu achava que meu modo de vida frugal ia me salvar. Um emprego qualquer de R$ 1500 - 2k era o que me esperava, e eu simplesmente poderia ignorar os abusos psicológicos a meu redor.

Peguei uma parte da grana e fui estudar inglês no exterior. Assim teria mais chance de, quem sabe um dia, ganhar 2,5k (kkk). Lá trabalhei em um boteco e recuperei a grana. Quando voltei, comecei a sentir que meu lugar não era no Brasil e nunca será. Aqui se trabalha o triplo para se ter a metade. Na verdade, eu sempre quis "ir embora" de onde estava, provavelmente por ter vivido a infância em um ambiente péssimo. Hoje observo a minha volta e, talvez a maneira mais simples de resumir o que sinto é que, não desejo criar um filho aqui.

Foi aí que comecei a observar o que o que os caras ricos que conhecia faziam. Comecei a enxergar que seu patrimônio não havia sido formado através da sorte ou de roubo como as novelas mostram, mas de atitudes (e uma parcela de acaso que não importa em nada).




Aprendi a trabalhar um mínimo pra arrumar um emprego qualquer e juntar dinheiro vivendo abaixo de meus gastos (hoje detesto a área em que me formei), rodei o estado atrás de um emprego melhor, comecei a estudar finanças e tracei meus planos para fugir do país, ser empresário e um dia parar de trabalhar.

Tive a sorte de morar em um local barato e comer no trabalho (de graça) e durante este tempo juntei quase todo meu salário. Com o dinheiro do Ka e mais economias, comprei alguns terrenos, e com a ajuda de um tio que trabalha com imóveis, dividi suas matrículas e tive um puta lucro com minha primeira venda, alcançando meus primeiros 100k em 2013.


Porque os primeiros 100k são os mais difíceis de juntar


Isso se deve principalmente à falta de conhecimento financeiro e objetivos claros, e esta falta vem da infância. Somos educados para ser apenas uma engrenagem, e quando nos damos conta de que fizemos tudo errado, estamos presos à dívidas e passivos que nos tornam dependentes da matrix. Financiamento de 30 anos da casa, faculdade, casamento, filhos, carro, etc. Como alguém espera ser rico com a fórmula da riqueza invertida?

Se você olhar no horizonte do milhão, nunca chegará lá. É mais fácil juntar de 1000 em 1000, 500 em 500, 100 em 100. E foi assim que fiz. Fiz diversos trabalhos extras e bicos, e até coisas algumas perigosas.

Pelo que observo, depois dos primeiros 100k fica mais fácil. Dinheiro chama dinheiro, os contatos financeiros melhoram e os rendimentos ajudam também na parte psicológica.

Até a próxima!


16 comentários:

  1. Bela história C.F

    É o que dizem por ai... De grão em grão a galinha enche o papo rs

    Abraço

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  2. Duas perguntas: Tem carro? Você acha que existe uma regra ou valor de ativos pra se ter carro ou casa própria? Exemplo: Comprar um carro/casa somente depois de conseguir pagar as despesas dos mesmos sem precisar trabalhar. Ok, casa própria é um passivo menos ruim que um carro, mas não deixa de ser um passivo. Um carro é algo bom, cômodo, claro que é, não vamos negar, mas pode abalar os juros compostos, como por exemplo: O que adianta fulano juntar 100 k e comprar um carro de 50k, 60k? Abraço CF, sempre aprendo algo aqui.

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    1. Não tenho carro. Moro a 100 metros do trabalho e faço tudo a pé. Antes usava lotação ou taxi quando precisava, pois são mais baratos que manter um carro pra mim. Agora vou começar a usar o Uber.
      Cara, não sei se existe relação entre valor de ativos. Vai de suas necessidades e gosto pessoal. Uma coisa é certa, se você adquirir um carro na sua idade, seus aportes vão sofrer bastante. Não é a toa que um carro é considerado um filho.
      Se você realmente precisa ter seu próprio transporte, eu sugiro uma moto se for possível.

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    2. Também não tenho carro. Tenho muita resistência em gastar uma grana preta em algo que se deprecia mais rápido que minha vó e ainda gera despesas constantes com gasolina/manutenção/seguro/ipva/dpvat/multas/estacionamento/flanelinha e sabe-se lá mais o que...

      Morar perto do trabalho é o que há!

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    3. Só vejo problemas em ter um carro. Acho que vou resistir por bastante tempo. Morar perto do trabalho me dá muita qualidade de vida.

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    4. o que venho acompanhando a um tempo sao leiloes de carros recuperados de financiamento acredito se comprar um carro abaixo da tabela os populares mesmo corsa hatch ,celta ,gol 8v , palio carro facilo de vende e manutencao barata da para ganhar um dinherio ou pelo menos a diferenca banca os custos dele e oportunidade
      venho acompanhando o vizeu que amigos meu ja compraram , o ruim e o leilao aki e so de quarta mais por outro lado diminui a concorencia
      http://www.freitasleiloeiro.com.br/ASP/leiloes.asp?codigo=5109&pagina=1&ordenar=&BuscaMarca=

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    5. Quanto melhor o negócio, mais dificultam. Conheço algumas pessoas que ganham dinheiro com leilões de carro. Pra mim não serve poque sou avesso à automóveis... Nunca me interessei muito sobre eles, mas pra quem gosta e conhece com certeza vale a pena.
      Muito carro bom vai à leilão com essa crise, pode ter certeza.

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  3. Eu também moro perto do trabalho. Tem o carro dos meus pais, posso usar se eu quiser. O mais difícil é a parte psicológica mesmo, sempre alguém tenta encher seu saco pra lhe convencer a ter carro, "Depender de carro dos pais é ruim, vai ficar sem namorada " etc, etc, matrixianos fazendo seus papéis na matrix.

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    1. Use o carro dos pais e more com eles até não aguentar mais pra aportar todo seu ouro.
      Até acho que você pode comprar um se tiver muita vontade, tudo depende de seus objetivos e de quando quer chegar na IF ou semi-IF.
      Mas cuidado cara, um carro é tão descartável quanto essas pessoas que falam isso pra você. Como você disse, eles estão presos na Matrix.
      Só não deixe de ter a reserva para a velhice, a qual vou descrever daqui a uns dias.

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  4. Muito bom! Me identifiquei muito com o seu blog em geral e este texto em particular. Crescer com "pais pobres" é realmente foda, no meu caso, a influência não foi tão negativa. O importante é que sempre é tempo de mudar (mentira, nem sempre). Mas é muito gratificante ver as coisas acontecerem única e exclusivamente por méritos próprios. Parabéns!

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  5. Pode se assim dizer que você ainda teve sorte de sair do Brasil.

    Antes mesmo de sair da matrix eu já pensava em morar no exterior. Qualquer país de língua anglo saxônica já estaria melhor que aqui. Mas cadê a grana? São tantas barreiras que impõe para você sair do curral que quem é conformado acaba virando outro zumbi do sistema.

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    1. Neste momento também vejo limitadores pra morar fora, por que acredito que no Brasil eu tenho a chance de ficar rico e lá fora não... Mas vou manter o plano original.
      Claro que dica qualquer um dá, mas eu diria que se você realmente quiser, guarda uma grana e simplesmente se manda cara, mesmo que seja pra ficar ilegal. Hoje eu vejo que podia ter dado um jeito e feito isso anos atrás.
      Ter morado fora me deu conhecimento empírico de que ser pobre no Brasil é um desperdício de vida. É muito doloroso mas é a verdade.

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